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Quando o dia-a-dia dia ou planos que todos temos nos obrigam a curtas ausências longe do lactente, volta o velho dilema: e agora, vou ter que começar a dar leite de fórmula? Geralmente nessa hora não faltará algum personagem “amamentafóbico” comemorando o impasse, lembrando a todos das suas profecias sobre as dificuldades de aleitar e advertindo sobre as vantagens de correr pra farmácia e “se continuar a vida”.
De jeito nenhum! A gente está aqui para cuidar de um pequeno ser humano, não para engordar um pet! Não se trata de um problema, e sim, de uma oportunidade de aprender a dar amor desde longe.
Sempre que feito com higiene e cuidado, é possível tirar o leite do peito e deixá-lo armazenado para oferecer ao bebê enquanto a mamãe se encontra fora trabalhando ou numa viagem breve. O pequeno vai ter o gostinho de amor e ficará mais tranquilo aguardando para ver o maior amor da sua vida (mamãe, claro) enquanto acontece a vida ampla como é para que a puérpera possa se sentir realizada na sua vida profissional ou sentimental.
A tiragem pode ser manual, obedecendo a uma técnica não muito diferente de aquela usada para oferecer o seio ao bebê. Toma menos tempo do que o imaginado, aproximadamente meia hora, e com prática vai virar a rotina de cada manhã antes de sair ao expediente. Lembrar de fazé-lo com mais cuidado com a higiene do que na amamentação, pois o produto será armazenado.
Dispositivos automáticos de tiragem estão disponíveis (agora sim, corra pra farmácia!) e facilitam o processo, mas limpe eles com cuidado, pois esse detalhe tolo pode acabar com o entusiasmo da aventura. Falando nisso, quanto tempo posso armazenar meu amor? Na geladeira, pode ficar 12 horas; já no congelador ou freezer, pode aguardar congelado por até 15 dias. Uma vez usado o que sobrou é bom descartar, por isso, veja o tanto que está mamando e tente fracionar em embalagens pequenas seu leite.
Logo de aquecer em banho maria pode ser oferecida de copinho ou com colher, para evitar a “confussão de bicos”: acontece que o bico artificial de mamadeira libera o leite de forma quase que continua, evitando que a criança pratique os músculos da sucção que tanto precisa para mamar ao seio, e predispondo a engasgos. Então, não vamos querer uma criança mal acostumada ao voltar do trabalho, né? Parabéns de novo e sucesso nessa nova aventura!
Dr. Luis Marcelo iriarte Reck
Médico e marido de fotógrafa, ambos apaixonados por bebês.
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