A minha vida inteira quis ser mãe. Desde criança todos os meus planos incluíam filhos e tudo aquilo que iríamos viver juntos. Quando comecei a namorar meu marido, há quase 17 anos, tinha certeza de que ele seria o pai dos meus bebês. Nós casamos, somos muito felizes e há 2 anos resolvemos aumentar ainda mais nossa alegria. Em um dos momentos mais felizes junto à minha família descobrimos a vinda da Julia! Foi só amor!

Mas como tudo na nossa vida é sempre com emoção, passamos por muitas barras… 

Nos primeiros meses levamos um susto com uma alteração na ecografia e suspeita de que a nossa bebezinha pudesse ter alguma síndrome. Nessa hora a cabeça sai do eixo, mas a nossa união e da nossa família foi fundamental! Depois de alguns exames e uma eternidade esperando os resultados ficamos aliviados de saber que a saúde dela estava ótima! 

Com 4 meses de gestação descobri que minha mãe estava com câncer avançado. Foi uma luta pra convencer os médicos de que eu mesmo grávida não podia ficar longe dela nesse momento, fosse no hospital, na emergência, onde ela estivesse. 

Além do cansaço físico, vem o abalo psicológico. Ver minha mãe sempre tão ativa e independente perder tudo isso dia a dia foi muito difícil, e pensar que ela não veria a neta que foi tão esperada e desejada por ela foi pior ainda. Por isso tentei envolver minha mãe em todas as etapas da minha gestação, mesmo com todas as dificuldades. 

Quando estava com 7 meses fizemos as fotos de gestante. Foi um dia muito especial! Tinha chovido muito, mas na hora do ensaio um sol lindo apareceu. O lugar é lindo e as meninas super atenciosas, nos deixaram muito à vontade. Esse foi o dia que marcou a realização do meu sonho de ser mãe. As fotos ficaram incríveis e captaram bem essa sensação! No meio de tanta loucura, senti como um dia no paraíso! 

Passamos a também por preocupações com meu sogro, que descobriu nódulos na boca, mas que ao final eram benignos. 

Com 8 meses de gestação minha mãe faleceu. Mesmo sendo muito triste e cansativo senti que o peso para mim era ao mesmo tempo maior e menor. Maior porque não veria minha mãe como avó e não a teria ao meu lado quando precisasse dela nessa jornada de mãe. Menor porque ainda terei minha Julia para me confortar nos momentos de maior saudade. 

Enfim, agora estou na reta final e só desejo ver a carinha da minha princesa! 

Só tenho a agradecer a minha família que me deu apoio sempre, aos meus amigos que estiveram ao meu lado, às equipes médicas que com delicadeza me orientaram o melhor, à equipe da Beta por ter realizado um trabalho incrível pra ficar na memória e ao marido maravilhoso que Deus colocou no meu caminho e que tenho certeza será o melhor pai do mundo!