Eu li várias histórias. Me projetei em partos diversos. Criei expectativas de dor, cansaço, tempo. Mas nenhum dos relatos que eu li chegou próximo do que vivenciei das 22h do dia 26/09 às 18h16 do dia 27/09. Mais de 20h de dor. 20h de espera. 20h de resiliência. Ninguém me contou. Eu vivi isso. Tá na minha pele e no meu coração marcados pra sempre. E na minha memória, o que tem? Nela, os registros da Beta dão conta de lembrar de como foi cada momento. Ninguém me contou que a dor do parto faz esquecer, apaga algumas partes. A natureza é tão perfeita que se encarrega de deletar a sensação de dor pra estarmos preparadas pra próxima gestação. E como seria a lembrança desse dia sem a sensibilidade da Beta em cada clique? Não sei. Só sei que em cada foto posso sentir o abraço do meu marido me acalentando, a doula me estendendo a mão em solidariedade, a lágrima no meu rosto, o coração pulsando no MAP, o cheiro do parto, meu bebê saindo de mim e vindo em meus braços. Devo à Beta a memória mais linda da vida até hoje. _

Nota da fotógrafa

Foram horas de revesamento entre risadas, exercícios, concentração, carinho e dor…

A Karen estava tão determinada em ser a dona de seu parto que  lutou até  o fim. E foi um lindo parto, humanizado, emocionante. 

Vicente tem muita sorte em ter escolhido essa mãe guerreira e tão corajosa. Talvez essa tenha sido a sua primeira lição de vida. 

Amei estar presente e ser testemunha disso, acho que consegui relatar em imagens o que meu coração sentiu.